quarta-feira, 12 de março de 2008

Retrato..




















É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas
teu perfil exato e que, apenas levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar,
a trevo machucado, as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem algum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar...
É preciso a saudade para eu te sentir como
sinto em mima presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista,
que nunca te pareces com o teu retrato...
e eu tenho que fechar os olhos para ver-te!

(desconheço autoria)

2 comentários:

Ulisses José Da Silva disse...

MUito bom, mas esperava que voce usasse da reciprocidade e tb deixasse criticas no meu , mas nunca o fez pq ???

Anônimo disse...

Semi-nua
lábios entreabertos
lingerie espalhada
no frio do inverno,
deslizas no meu ventre
pedras de gelo
que enrijecem meus seios.

Vens ardente
tomando o que não te pertence
em ânsias incontidas,
ardem labaredas
em fogosas planícies,
gemo, lenta e dengosa
resvalo no teu corpo
húmido de nós dois,
dos suores intensos
de momentos de paixão.

Olho-te…
olhas-me…
não te conheço o nome


sei apenas o cheiro do teu corpo.




Quarteto 1111